Uma reunião solene festejou a
passagem dos 190 anos do Diario de Pernambuco, o jornal mais antigo em
circulação na América Latina. Entre tantas mudanças ao longo desses quase dois
séculos de existência, sempre vinculado às lutas libertárias que tanto caracterizam
Pernambuco, o DP como é carinhosamente chamado, está agora sob nova direção. Os
irmãos Alexandre Rands, economista e empresário, e Maurício Rands, ex-deputado
federal assumiram a presidência do jornal.
O vice-presidente Maurício Rands
disse que tem consciência que os meios de comunicação são hoje muito mais
plurais, mas é possível conjugar tradição com inovação. “Pernambuco sinalizou
no passado rumos para o país. Ainda podemos sinalizar rumos para o Brasil.
Quando se tem passado, se tem futuro. Nossa missão é histórica e comprometida
com a sociedade”.
O vereador fez questão de contar
um pouco da história do Diario de Pernambuco nesses quase dois séculos de
existência. Disse que o jornal faz parte do dia a dia dos pernambucanos e nada
mais justo do que homenagear os 190 anos da história contada pelo próprio
Diario. Miranda Falcão cria um jornal de anúncios depois de ficar preso
por participar de lutas libertárias. “O Diario de Pernambuco é patrimônio
sentimental de todos os recifenses e pernambucanos”.
Maurício Rands ressaltou que a
família dele estava feliz porque estava trazendo experiência para juntar
com a experiência dos funcionários para aceitar o desafio de levar adiante o
Diario de Pernambuco. Disse que a história altiva do Estado foi internalizada
pelo DP e não por acaso nasceu dele os Diarios Associados. “Hoje passamos por
momentos econômicos difíceis, mas Pernambuco naquela época já apontava novos
caminhos para o país, como relatam historiadores. Havia ali uma concepção de
Brasil diferente. Por isso no orgulhamos de nosso passado. Nosso Estado sempre
esteve sintonizado com as forças que anunciam um Brasil melhor”.
Para Vicente André Gomes (PSB),
presidente da Casa, que conduziu a reunião solene, o Diario traduz as querelas
da democracia sem perder a liberdade. “Via a prisão de um vereador nesta Casa
após a invasão pelos militares. O DP não escondeu o fato apesar da repressão.
Vou registrar em meu currículo o fato de ter presidido esta reunião”.
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