A nota pública foi assinada por 42 entidades representantes de movimentos
religiosos e sociais. Nas quatro páginas que compõem o manifesto, o grupo pede
o arquivamento e maior discussão do projeto de lei 334, de 2013, de autoria da
vereadora Aimée Carvalho (PSB). A matéria determina a disponibilização de
exemplares da bíblia sagrada em formato convencional e em grafia braile em
todas as bibliotecas públicas e privadas do Recife. Para a representante do
Fórum Diálogos, Floridalva Cavalcanti, “é preciso discutir a problemática do
ensino religioso nas escolas e não impor apenas um segmento. O projeto abre uma
porta para que crianças de outras religiões se sintam desprotegidas e
excluídas”.
Mãe Elza, membro
do Fórum Diálogos, afirmou que “entende a importância da Bíblia, mas a proposta
fere a constituição”. De acordo com a representante do movimento nacional Mães
pela Igualdade e presidente do Instituto José Ricardo, Eleonora Pereira, a proposta
é preocupante. “Pode gerar um discurso de ódio. E eu sei o que ele pode causar.
Perdi meu filho por causa de discursos como esse”.
O presidente da
câmara, Vicente André Gomes (PSB), ouviu as observações dos presentes e
informou que o projeto está em tramitação nas comissões da casa. “Não podemos
impor apenas uma religião e excluir as outras. O momento agora é de discutir
todas as matrizes religiosas e fazer ensinamentos amplos. Nós precisamos
discutir a constitucionalidade da matéria. Vamos conscientizar os vereadores
sobre a importância de fazer projetos plurais.”.
No final do
encontro Floridalva Cavalcanti convidou os vereadores da Casa para participar
do seminário sobre ensino religioso, que será realizado no dia 26 de março. E
agradeceu o espaço aberto para diálogo. “O encontro foi muito positivo. Vimos
que o presidente está sensibilizado, espero que os outros vereadores também
fiquem”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário