A discussão do projeto de lei do Executivo 02/2015, que cria
a Secretaria de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, além de extinguir e
criar novos cargos, tramitou em regime de urgência e com dispensa de prazo. Mas
ao chegar hoje 25, ao plenário para votação, recebeu elogios e questionamentos
dos parlamentares. O PLE foi aprovado em primeira e segunda discussões, não sem
antes passar pelo crivo e análise dos vereadores.
André Régis (PSDB) foi um dos que questionou a criação da
nova secretaria dois anos após o início da atual gestão, embora tenha lembrado
que o problema é antigo e vem de outras gestões. “Dessa forma vamos acabar
criando uma secretaria para cada problema existente no Recife. É possível
resolver de outra forma. A criação de cargos comissionados aumenta despesas.
Cargos que recebiam R$ 3 mil vão passar a receber R$ 8 mil”.
Osmar Ricardo (PT) condenou a reforma administrativa por
considerar que já foram feitas muitas reformas, incluindo o início da gestão.
“Com esses novos cargos vai gastar mais de R$ 257 mil por mês, enquanto os
servidores continuam ganhando mal. Sabemos que a gestão não fez trabalho eficaz
nos abrigos. Não sabemos o organograma dessa nova pasta e nem orçamento”.
Jurandir Liberal (PT) disse que o secretário de Gestão de
Pessoal veio à Câmara do Recife, deu esclarecimentos mas não foram suficientes.
“Acho que esta é apenas mais uma reforma, que se divide na criação de uma
secretaria e de cargos comissionados. Não vemos redução de secretarias e
cargos como foi prometido. Concordo com a secretaria de combate ao crack, mas
não com a criação de mais cargos comissionados”.
O líder do Governo na Casa, Gilberto Alves (PTN), disse
que não havia reajuste de valor dos cargos comissionados, mas sim a continuação
de um processo de valorização na contratação de pessoas qualificadas para
adequar a administração. “Trata-se de rearrumar a estrutura gerencial da PCR.
Pelo contrário a estrutura está diminuindo”.
Marcos Menezes (DEM) acha que o projeto é relevante, mas
deveria ter tido mais tempo para ser discutido. “A oposição trouxe dados
importantes que podem ser aproveitados. Lembro que o custo não é alto quando se
trata de salvar vidas”. Luiz Eustáquio (PT) também lamentou a falta de mais
tempo para discutir proposta tão relevante. “Considero que a criação da
secretaria deveria ter sido desmembrada do PLE”. Edmar de Oliveira (SDD)
elogiou o Prefeito pela coragem em criar uma secretaria para enfrentar drogas e
pediu sensatez a todos "porque o país vive uma epidemia que precisa ser
tratada".