O Recife dispõe de, pelo menos, oito grandes unidades de saúde que atendem como maternidade: Barão de Lucena, Agamenon Magalhães, Bandeira Filho, Cisam, Barros Lima, Arnaldo Marques e Imip. De acordo com os debates realizados, na grande maioria dessas unidades, é frequente a ocorrência de grávidas que esperam até 12 horas por assistência na hora do parto, uma vez que não há um número de leitos suficiente para o acolhimento. “Há uma série de fatores que levam a uma assistência inadequada e de riscos, além da falta de leitos, como a falta de estrutura nas unidades, mesmo nas recém-reformadas. E sobretudo a falta de pessoal preparado para atender à gestante”, disse Simone Diniz. Ela defendeu a realização de concursos públicos para a contratação de enfermeiros com especialização em obstetrícia, os quais deveriam receber salários diferenciados.
A presença do enfermeiro obstetra na sala do parto é estimulada pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde, como forma de reduzir a mortalidade materna e garantir um atendimento humanizado. Foi o que ressaltou Inês Melo, que defendeu essa tese não só para os hospitais públicos, mas também para os privados. “Entre as vantagens de ter um enfermeiro na sala do parto estão a inserção de boas práticas na obstetrícia, como o estímulo ao acompanhante; evitar intervenções desnecessárias; redução de partos operatórios e estimular o aleitamento materno precoce”, disse. A delegada sindical e representante do Conselho Municipal de Saúde, Keila Tavares, lamentou que o enfermeiro obstetra “não seja visto nem valorizado pelos gestores públicos. Caso contrário, receberiam incentivos para realizar os trabalhos que desempenham”, afirmou.
A gerente geral de Assistência Integral à Saúde da Secretaria de Saúde do Recife, que representou o secretário Jailson Correia, Eliane Germano, reconheceu que o trabalho do enfermeiro obstetra é de grande importância para as unidades de saúde que funcionam como maternidade. Segundo ela, 70% dos partos realizados nas unidades do Recife são naturais e 30%, cesáreos. Eliane garantiu que, para melhorar a assistência, as maternidades Bandeira Filho, Arnaldo Marques e Barros Lima serão dotados de centros de partos normais. Cada um receberá cinco salas de partos, com assistência que vai desde a triagem, internamento e atendimento pós-parto. Ela também disse que o Hospital da Mulher, a ser inaugurado em agosto, também receberá outras três salas exclusivas para o parto normal e outras cinco para a cirurgia.
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