sexta-feira, 17 de abril de 2015

Frevioca recebe homenagens pelos 35 anos de vida

Nem parece, mas ela é uma jovem senhora. Acabou de completar 35 anos de muito frevo, música símbolo de Pernambuco, único Estado brasileiro multicultural, pela diversidade que apresenta nas artes do país. A nata da história dessa música que se confunde com o maxixe, polca, jazz e tantos outros sons, arrebanhou grandes nomes ao plenário da Câmara do Recife, na quinta feira 16. Só para citar alguns, vieram prestigiar o evento Claudionor Germano, Gustavo Krause, Maestro Ademir Araújo, conhecido como Formiga, músicos, a vereadora Isabella de Roldão, Vicente André Gomes, presidente da Casa, o historiador Leonardo Dantas, criador da Frevioca, passistas e muito mais gente de peso, que não abre mão do nosso frevo.

A homenagem solene foi proposta pelo vereador Eurico Freire (PV), que contou uma breve história da alegria que anda e se movimenta em um pequeno caminhão com formato de bonde, repleto de frevo. Eurico lembrou que a Frevioca de então era apenas um caminhão decorado, com amplificadores de som e uma orquestra de 32 músicos, regida pelo maestro Ademir e tinha como cantor Claudionor Germano. “Depois ela passou para uma carroceria de ônibus e sem seguida para a de um bonde, marca registrada do Recife antigo. Com tanto sucesso, em 2007 foi criada a Freviova II. Elas revisitam o frevo e cairam no gosto popular. São requisitadas em outros períodos, como São João, Natal, além do Carnaval”.

O Secretário Municipal de Turismo, Camilo Simões, disse que era uma ousadia da parte dele falar para audiência repleta de pessoas ilustres e conhecedoras do frevo, mas era um dever falar sobre esse instrumento de nossa cultura tão ao gosto da população. E foi o que ele fez. “A Frevioca não pertence a ninguém, ela é da cidade. Ela se tornou ícone de nossa cultura”. Leonardo Dantas contou que a ideia surgiu pensando em uma orquestra pequena que se deslocasse, tinha 32 músicos e um maestro. “Logo pensamos em ampliar esse sonho e aí surgiu a ideia de uma orquestra volante, que fosse ao encontro do povo. E assim foi”.

Maestro Ademir Araújo, o formiga, faz parte dela desde o começo, quando nem era Frevioca. Pare ele, depois dessa homenagem ela começa a ressurgir. Falou do caráter social que a Frevioca pode ter e ajudar no resgate de crianças e adolescentes. Rômulo Menezes, presidente do Galo lembrou da irmandade entre Galo e Frevioca. Nasceram praticamente juntas - Galo tem 37 anos e a Frevioca 35 – e desfilam desde então. “Quero nessa homenagem representar todos os blocos e foliões que puderam desfrutar da Frevioca”.

Gustavo Krause, que carrega tantos títulos, era prefeito na época da criação da Frevioca. Ele deu a maior força para ela existir. Falou do tempo híbrido de Gilberto Freyre que une passdo, presente e futuro. “À época, fui ouvir pessoas notáveis, ícones de nossa cultura porque queria levar a música à periferia. Mas tinha receio de como seria recebida. Mas se damos coisas boas, as pessoas gostam. Conseguimos e com isso democratizamos a música, esse instrumento divino. O Frevo é nossa identidade cultural. O Brasil tem o samba, a Argentina, o tango, os americanos, o Jazz. Nós pernambucanos temos o Frevo, e a Frevioca é parte disso”.



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